A obra “Te Darei o Céu”, uma intervenção poética do artista plástico Danillo Villa recepciona o público do espetáculo “Sedentos”, no estacionamento da UniCesumar, em Londrina. Durante as duas datas do evento, 09 e 11 de dezembro, doze painéis reproduzem a ideia dos lambe-lambe com uma impressão digital de flores de pessegueiro que desenham letras e adornam uma silhueta feminina. Essa é a segunda colaboração do CICLO com o artista londrinense. Em maio, Villa realizou a instalação “Eu Te Darei o Céu Meu Bem” durante o CICLO na Concha.
De acordo com o artista, a obra para o CICLO Sedentos é um desdobramento da anterior e a ideia de usar a flor de pessegueiro, nasceu de uma memória de infância de Villa. “Tinha um pessegueiro no quintal de casa e meu pai tinha como uma promessa de eternidade o ato de plantar árvores. O pessegueiro não existe mais, aquele terreno não tem mais uma casa, virou outra coisa e o terreno nem é mais nosso. Novamente, a obra fala dessas promessas impossíveis de serem cumpridas. Das coisas que vão nos constituindo, das experiências e materializações. Das intenções dos outros ao nosso redor e que nos afetam. Eu gosto de trabalhar essa chave”, diz. A intervenção durante “Sedentos” já anuncia outros desdobramentos da obra. “É uma sugestão de experiência poética. Foi muito especial trabalhar na oficina de marcenaria, a impressão a partir de um arquivo digital de algo que pode ser replicado em qualquer lugar do mundo, percorrendo qualquer distância”, afirma.
São doze painéis de 1,60m por 1,35m e em cada um deles foi colado o papel com a impressão das letras. “Em um deles a silhueta de uma menina com a língua pra fora, como se estivesse gritando. É como se fosse o grito que estamos com vontade de dar nesse momento. Também me sugere que temos que construir o céu no grito, no protesto”, comenta. Na análise de Villa, a parceria com o CICLO também reverbera na obra. “São construções que têm a ver com coletividade, assim como o Festival vem se contruindo. O ar que todos nós respiramos faz parte desse céu, estamos todos envolvidos pela mesma substancia, as trocas com a paisagem também podem ser dessa forma. Tem a ver com cuidado, com empatia, com o pensar projetos unificados. A arte poder constituir essa fala é muito pertinente, viabiliza alternativas poéticas de futuro, de respeito, de diferenciação do olhar para o que inicialmente não se parece com o que eu esperava da realidade. E ao mesmo tempo entender que há uma perspectiva mais viável, mais qualificada a que contempla as diferenças”, comenta.
O CICLO é um projeto aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da UniCesumar e Copel; realização da Palipalan Arte e Cultura, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal. Apoio da Superintendência Estadual de Cultura, Secretaria Municipal de Cultura de Londrina, Visualitá Gestão em Design Estratégico, Teatro Della Toscana, Great Globe Foundation, Restaurante Caco Self Service e Oskman Advocacia. Parceira Institucional: Festival Internacional de Música de Londrina, Folha de Londrina e Espaço Villa Rica. Apoio cultural: Rádio Universidade FM.
Fotos: Rei Santos/CICLO