O CICLO NA PÓS-PANDEMIA
Depois de duas edições ainda marcadas pelo efeito da pandemia provocada pelo Coronavírus, em 2022, o CICLO – Circuito de Artes e Conceitos de Londrina, toma a Cidade com uma programação que inclui espetáculos, workshops, demonstrações de trabalho e intervenções artísticas, tudo gratuito. Idealizado pela Palipalan Arte e Cultura com o patrocínio da Sanepar através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apoio do 2º Ofício de Registro de Imóveis de Londrina e apoio cultural da Secretaria Municipal de Cultura, CODEL, MARL – Movimento dos Artistas de Rua de Londrina, Vila Triolé, Clube do Choro de Londrina, Museu Histórico de Londrina (UEL), Funcart e Livraria Olga, o CICLO se propõe a criar pontes que possam gerar parcerias e ações em rede, misturando linguagens artísticas e diversos grupos sociais.
De 06 a 13 de novembro, o CICLO recebe o Teatro Potlach, de Fara Sabina (Itália) e membros do Teatr Brama (Polônia) para a construção colaborativa do espetáculo “Espírito do Tempo” que acontece em uma única apresentação no dia 11 de novembro, no Museu Histórico de Londrina. Além dos artistas internacionais, a montagem conta com a participação dos inscritos no Wokshop, artistas de coletivos de Londrina previamente convidados a participarem do processo e membros do Clube do Choro de Londrina. A programação ainda conta com a presença do grupo Contadores de Mentira, artivistas das artes cênicas, da cidade de Suzano (São Paulo) com duas montagens, “Cícera”, no dia 7 de novembro, às 21h, na Funcart e “Figura de Encruzilhada”, no dia 12 de novembro, às 11h no Calçadão. Os dois espetáculos fazem parte da ação “Giros do Ciclo” e o grupo paulista ainda deve realizar uma demonstração de trabalho e oficina, com locais e datas a serem definidos.
As ações de 2022 ensaiam o que deve vir a ser o CICLO em 2023. Acreditamos e persistimos no objetivo de apresentar um formato diverso de Festival. Chegou a hora da ‘explosão’, o momento que o CICLO se apresenta para a Cidade e seus habitantes, sempre com ações artísticas permeadas pelo nosso compromisso sociocultural e lado a lado com os grupos que justificam nossa própria história e a de Londrina. O público londrinense poderá assistir os coletivos de artistas e suas mais diversas linguagens e tendências, tomarem de assalto o Centro da Cidade por meio de intervenções onde poderão participar direta ou indireta dos eventos. Ações se caracterizam por ocupar espaços públicos interferindo e absorvendo a arquitetura da cidade; colocando a cidade no CICLO e vice-versa.
“ESPÍRITO DO TEMPO”
Chamamos o momento que o CICLO apresenta à Cidade de Curto-Circuito. Alguns dicionários definem o termo como um ‘fenômeno produzido pelo contato acidental de dois condutores a tensões diferentes, com produção de corrente de intensidade muito elevada’ e é essa a nossa intenção, mas não de forma acidental: O contato entre duas tensões se dará no fazer artístico por meio de projetos de diversas linguagens, seja por meio de ações continuadas ou eventuais. Inaugurando o Curto-Circuito, realizamos o projeto “Espírito
do Tempo”.
O Teatro Potlach (Itália) dirigido por Pino Di Buduo, em colaboração com o Teatr Brama (Polônia) dirigido por Daniel Jacewicz, criará especialmente para o CICLO um projeto de site specific com canções, ações e sons arcaicos ligados aos arquétipos do comum e do diferente em nossas culturas. Participam da montagem músicos do Clube do Choro de Londrina e artistas previamente inscritos no workshop de compartilhamento de técnicas vocais e corporais. O Curto-Circuito é a ponta de lança de um projeto mais robusto, batizado de Gran Bazar, a ser realizado em 2023.
GRADE DE PROGRAMAÇÃO
BATE PAPO: TERRA, TERRITÓRIO E TEATRO
Conversa com o grupo Contadores de Mentira sobre sua trajetória artística, política e social. O grupo há 27 anos cria e produz na cidade de Suzano, onde também possui uma sede desde 2012. Seus integrantes compartilharão o que têm pesquisado e desenvolvido em Teatro compreendendo os aspectos históricos, sociais e geográficos que os envolvem. A influência e o atravessamento que o território cria em suas produções e no modo como veem a arte, a cultura e o encontro com o público participante. Também abordarão a temática do “espaço próprio”, como foi o percurso do grupo até a sede, desde alugar um espaço a ocupar um terreno público e construir com suas próprias mãos o atual Teatro Contadores de Mentira.
ESPETÁCULO “CÍCERA”
Dia 07 de novembro, 21h, na Funcart (gratuito).
SINOPSE: Na mala a alagoana Cícera traz um punhado de farinha, 4 filhas e o sonho de uma vida melhor. Em São Paulo encontra dureza, concreto, fome e saudade. “Cícera” é a história de uma mulher, mas é o retrato da vida de
centenas de mulheres retirantes que deixam suas raízes na busca de igualdade social. A anciã, a jovem, a desbravadora, a mãe, a trabalhadora, a que luta por seus direitos. Todas são Cíceras. Atravessada por cantos de trabalho, relatos e
memórias a obra apresenta uma mulher nordestina em ponto de ebulição, que dança e saúda sua caminhada. “Cícera é um evocar das mulheres que habitam em nós… Que mesmo desconhecidas criam traços e caminhos por onde podemos pisar sem nunca esquecer o quão firmes são os laços entre nós”.
FICHA TÉCNICA: Atuação, Criação e Dramaturgia: Daniele Santana • Direção: Cleiton Pereira • Produção: Contadores de Mentira e Radar Cultural • Iluminação: Samuel Vital • Trilha Sonora: Cleiton Pereira • Cenografia: Cleiton
Pereira e Daniele Santana • Cenotécnica: Kaique Calisto • Classificação Etária: 12 anos • Duração: 70 minutos
ESPETÁCULO “ESPÍRITO DO TEMPO”
Dia 11 de novembro, 19h, no Museu Histórico.
O espetáculo “Espírito do Tempo” é o resultado do workshop criativo realizado durante toda a semana com artistas locais, um projeto de site specif theather, gênero de produção teatral que é apresentado em um local único e especialmente adaptado, longe de ser um teatro convencional e que usa as propriedades da paisagem única, num exercício artístico de ampliar uma narrativa dentro de um cenário vivo. A escolha do Museu Histórico de Londrina veio a partir das conversas entre o italiano Pino Di Buduo, diretor do Teatro Potlach e a organização do CICLO.
Um lugar de chegadas e partidas, de encontros, de pessoas que chegam para realizar sonhos, cheias de desejos e medos. Nesse lugar, o canto, o Museu Histórico de Londrina como personagem principal. Em cena, cantos da tradição popular brasileira, através da expertise do Clube do Choro de Londrina e do Contadores de Mentira e outras da tradição europeia, do norte e leste do Continente e do sul da Itália, algumas do período antes da Guerra e outras da tradição dos camponeses.
Ficha Técnica
Direção: Pino Di Buduo
Teatro Potlach: Nathalie Menta, Irene Rossi, Zsofia Gulyas
Teatr Brama: Daniel Wladyslaw Jacewicz, Patryk Damian Bednarsk, Aleksandra Anna Slusarczyk
Contadores de Mentira: Daniele Santana, Cleiton Pereira, Samuel Vital, Kaique Calisto
Clube do Choro de Londrina: Osório Perez, Heloisa Fernandes, Alexandre Garcia, Guilherme Villela, André Coudeiro, Julio Erthal e Zé Coltrane.
Violista convidado: Jhonatan Santos
Participantes do Workshop: Cristina de Souza Grossi, Giovanna Fernanda Montagnini, Bárbara Taiane Gomes das Neves, Híg Mejïa (Hígor Lucas da Silva Rodrigues), Mirian Borges da Silva, Larissa Farias Rezino e Luiz Eduardo Pires da Silveira Loureiro da Silva.
ESPETÁCULO “FIGURA DE ENCRUZILHADA”
Dia 12 de novembro, 11h, no Calçadão.
SINOPSE: FIGURA de ENCRUZILHADA é um Rito de Passagem… Um encontro com estes seres encantados e invisíveis que nos acompanham mesmo sem saber que estão ali. É a entrega profunda de um velho ator em um teatro de grupo… É o desejo de caminhar… De tomar decisões… De pedir permissão para seguir… De fazer perguntas… De estar em celebração…
Comer junto… Beber junto… Dançar junto… A obra é uma caminhada… O público caminha com este ser que se entrega para eles… Uma jornada… uma experiência… Um tempo dedicado ao teatro…
Um ator deixa que em si cheguem os encantados…
Um oráculo, um giro, uma máscara dos diableros peruanos, um ser que se encantou, um paramento para a festa e um banho de sangue… Um músico o acompanha e o ajuda a contar a história… um mistério, canções para acalmar e
para chamar… Música para beber e silenciar… Para saber encerrar a festa…
Para permanecer em festa…
FICHA TÉCNICA: Direção: Daniele Santana • Atuadores: Cleiton Pereira e Michael Meyson Dramaturgia: Cleiton Pereira • Música: Michael Meyson • Cenotécnica e apoio: Kaique Calisto e Samuel Vital • Produção: Contadores de
Mentira
CICLO 2022: “ESPÍRITO DO TEMPO”
REALIZAÇÃO | PALIPALAN ARTE E CULTURA |
NÚCLEO ORGANIZADOR: | Janaina Ávila |
João Ribeiro | |
Maria Fernanda Coelho | |
Patricia Braga Alves Raquel Balekian | |
Renata Ichisato |
NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO
Coordenação: Janaína Ávila
Fotografia: Rei Santos e Valéria Félix
Identidade Visual: Visualitá Gestão de Design Estratégico
NÚCLEO DE PRODUÇÃO
Direção: Patricia Braga Alves e Maria Fernanda Coelho
Coordenação: João Vitor Ribeiro
Produção Executiva: Renata Ichisato
Logística: Darwin Rodrigues
NÚCLEO TÉCNICO
Coordenação: Raquel Balekian
Equipe: Paulo Santos e Lucas Santos
Acompanhamento Jurídico: Elaine Luna Oksman
Controller: Luiz Roberto Meira
NÚCLEO ARTÍSTICO: “ESPÍRITO DO TEMPO”
Direção, adaptação: Pino Di Buduo
Teatro Potlach: Nathalie Menta, Irene Rossi, Zsofia Gulyas
Teatr Brama: Daniel Wladyslaw Jacewicz, Patryk Damian Bednarsk, Aleksandra Anna Slusarczyk
Contadores de Mentira: Daniele Santana, Cleiton Pereira, Samuel Vital, Kaique Calisto
Clube do Choro de Londrina: Osório Perez, Heloisa Fernandes, Alexandre Garcia, Guilherme Villela, André Coudeiro, Julio Erthal e Zé Coltrane.
Violista convidado: Jhonatan Santos
Participantes do Workshop: Cristina de Souza Grossi, Giovanna Fernanda Montagnini, Bárbara Taiane Gomes das Neves, Híg Mejïa (Hígor Lucas da Silva Rodrigues), Mirian Borges da Silva, Larissa Farias Rezino e Luiz Eduardo Pires da Silveira Loureiro da Silva.
SOBRE A PALIPALAN ARTE E CULTURA – A Palipalan Arte e Cultura é uma produtora voltada para o mercado da arte e cultura. Com sede em São Paulo a produtora tem realizado diversos projetos e eventos visando a ampliação e diversificação de público, ações educativas e artísticas. Com a experiência adquirida, em várias áreas que se complementam se aliaram a outros parceiros com o intuito de contribuir e estimular o intercâmbio entre as mais diversas formas de expressão da criação artística. Uma empresa de artistas e produtores que concebe e realiza projetos artístico-culturais. Trabalhos realizados com criatividade, paixão, profissionalismo, competência e ousadia. Com ética e seriedade a Palipalan procura levar satisfação a seus clientes e parceiros. Trabalhar com arte e cultura demanda estratégia, transparência, contatos, repertório e experiência. Elementos utilizados para idealizar, elaborar e administrar projetos culturais, gerenciar turnês nacionais e internacionais, captar recursos, dirigir e produzir eventos de pequeno, médio e grande porte. A empresa trabalha com consultorias de conteúdo cultural para grupos e artistas.
Realiza toda a logística que envolve eventos, tais como, liberação de cargas, contratos e vistos de trabalho, tradução, direção técnica, ambientação/cenografia, comunicação. Criada em 2009 a empresa nasceu sob o signo da experiência de amigos e parceiros de longa data. Uma produtora voltada para o mercado da arte e da cultura. A principal vocação da Palipalan Arte e Cultura é trabalhar em rede. Sendo elas profissionais e afetivas. Na cadeia de produção de um espetáculo ou festival a produtora procura manter sempre um time de profissionais engajados e competentes que tem a capacidade de oferecer segurança e qualidade nos trabalhos desenvolvidos. Por meio de suas sólidas parcerias estabelece troca de conhecimento e arte entre o Brasil e o exterior.
SOBRE O TEATRO POTLACH – O potlach é uma cerimônia praticada entre tribos indígenas, também significa troca, escambo, o nome de grandes celebrações com festas e comida em abundancia e presente para convidados. O Teatro Potlach nasceu em Fara Sabina, pequena cidade na província de Rieti, da vontade de fazer teatro fora dos circuitos tradicionais e de vanguarda, e do inventar uma forma de coexistência de vida comunitária como premissa e condição do trabalho teatral. A essência da técnica, a pesquisa do ator completo e da composição dramática baseada na ação física e uma história em construção desde 1976. Dirigido por Pino DI Buduo, o Teatro Potlach é muito conhecido em todo o mundo pelo projeto “Cidades Invisíveis” que trabalha a Cidade e as suas memórias, um projeto interdisciplinar de arte e multimídia e que desde 1991, já passou por mais de 60 “Cidades Invisíveis”, com apresentações em todo o mundo (Itália, França, Áustria, Inglaterra, Dinamarca, Brasil, Estados Unidos, etc.). Pino Di Buduo, há vários anos desenvolve uma intensa atividade pedagógica, organizando seminários e oficinas práticas para jovens atores e diretores; colabora também com várias universidades na Itália e no exterior, como La Sapienza, Roma Tre, a Universidade Federal de Salvador da Bahia e a Universidade de Porto Alegre no Brasil, participando de muitas conferências e convenções ao redor do mundo. Desde 22 de novembro de 2003, Pino Di Buduo, como gerente e diretor do Teatro Potlach, é membro associado da Maison des Sciences de l’Homme em Paris.
SOBRE O TEATR BRAMA – Foi fundado em Goleniów, Polônia, em 1996, por Daniel Jacewicz. Hoje se apresenta como um grupo teatral alternativo independente conhecido na Polônia e no exterior, criando um ambiente cultural vibrante em Goleniów, cidade sede do grupo. Isto pode ser visto durante os festivais anuais – o Goleniów BRAMAT Theatre Meetings ou o ŁAKNIENIA Theatre Festival. A motivação grupo para as atividades artísticas e culturais é o desejo de revolucionar a relação entre o artista no palco e o público. O desempenho é uma oportunidade de encontro e também cria uma plataforma de diálogo. Como associação educacional e sociocultural, o Brama utiliza métodos educacionais formais e informais para proporcionar à comunidade local a oportunidade de melhorar sua qualidade de vida, criando assim uma rica oferta cultural em Goleniów e por onde passa.
SOBRE O CONTADORES DE MENTIRA – Atuam desde 1995 com sede própria na cidade de Suzano (SP). Atuam em rede com conexões em vários países. Desenvolve pesquisa e possui identidade na Antropologia, História, Política e Sociedade. É um grupo militante que há anos descobriu que era necessário se organizar em coletivos, em redes, em fóruns, na luta por condições de trabalho aos fazedores de cultura. É uma microcultura que se organiza, que se transforma e que gera energia e muita produção. Contadores de Mentira também é um espaço/Instituição e coletivo independente que fomenta arte, cidadania e pensamento. Uma ilha de reflexões culturais, políticas e sociais, que entende o teatro, sobretudo, como uma ferramenta de intervenção na sociedade. No espaço físico fundado em 2012 foram recebidos mais de 400 coletivos culturais, atendendo a mais de 30.000 pessoas. Países como Dinamarca, Colômbia, Peru, Equador, México, Portugal, Macedônia, Índia, Moçambique, Grécia, entre outros estiveram em Suzano através de ações promovidas no antigo Teatro Contadores de Mentira. Existimos fora do grande centro, indo no fluxo contrário ao pensamento de que apenas os grandes centros são produtores de cultura. Atuamos em redes
colaborativas e criamos articulações com grupos e instituições de todo o Brasil e de outros países. Dinamarca, Peru, Equador, Chile, Colômbia, México, Cuba, Paraguai, Argentina, Uruguai, Índia, são países aos quais já estivemos participando de festivais internacionais, criando conexões e intercâmbios e em processos de criação com co-produções através do IBERESCENA. Atuamos em fóruns, organizações e militâncias históricas de organização da cultura no Brasil. Somos reconhecidos como um dos principais grupos da América Latina em sua pesquisa de linguagem e organização social.